terça-feira, 18 de novembro de 2008

Processamento Auditivo Central


PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
O QUE É O PROCESSAMENTO AUDITIVO?

É o processo de decodificação das ondas sonoras desde a orelha externa até o córtex cerebral, ou seja, a capacidade de analisar, associar e interpretar as informações sonoras que nos chegam pelo sentido da audição.
O processamento auditivo refere-se à percepção auditiva percebida pelo sentido auditivo. É desenvolvido nos primeiros anos de vida, portanto a partir da experienciação com o mundo sonoro, desse modo é que "aprendemos a ouvir".

Os sub-processos, segundo Boothroyd (1986) do processamento auditivo são:

1. Atenção seletiva - Capacidade de monitorar um determinado estímulo auditivo, mesmo que a atenção primária esteja voltada para outra atividade. Por exemplo, responder a uma pergunta quando está andando de bicicleta. Reagir a um determinado estímulo auditivo significativo e ignorar o ruído de fundo, por exemplo, conversar com um grupo de pessoas em um restaurante.

2. Detecção do som - Identificar a presença do som. Junto à detecção do som ocorre a sensação sonora, que é própria de cada indivíduo, é a partir dessa sensação que podemos dizer, por exemplo, se um som é alto ou baixo.

3. Discriminação - É o processo de detectar diferenças entre os padrões de estímulos sonoros, por exemplo, detectar diferenças mínimas de freqüência (agudo "fininho" ou grave "grosso), intensidade (alto ou baixo), tempo e duração (longo ou curto) de um som.

4. Localização - Significa saber o local de origem do som. Requisitos: detectar o som em ambas orelhas e perceber diferenças de intensidade.

5. Reconhecimento - É a identificação correta de algum som, considerado um comportamento prendido. Por exemplo, reconhecer a voz da própria mãe, som de um avião, de um ônibus, etc.

6. Compreensão - É compreender o significado da informação auditiva, por exemplo, dar uma ordem para a criança e ela corresponder corretamente. Por exemplo, mostre o pé, a criança mostra o pé.

7. Memória - Processo que permite arquivar as informações. O desenvolvimento desses sub-processos, chamados de habilidades auditivas ocorre nos primeiros anos de vida que dependem da interação destas habilidades inatas e das experiências da criança no seu ambiente acústico (sonoro).

Disfunção do Processamento Auditivo Central
· É uma falha no desenvolvimento das habilidades perceptivas auditivas, mesmo com audição normal, é totalmente diferente de perda auditiva. Em geral encontra-se associado a dificuldades de aprendizagem.

. A criança pode ter uma audição normal e ter dificuldade para compreender bem o que é falado.



  • Etiologia do PAC
    · Fatores hereditários
    · Problemas no SNC massa cinzenta ( córtex ) = causa efeito direto da função auditiva; substância branca ( tronco cerebral ) = causa interferência na transmissão sonora .
    · Crises de OM (otite média) na primeira infância - Otites freqüentes durante os 3 (três) primeiros anos de vida (Processos alérgicos respiratórios, tais como sinusites, rinites e até mesmo refluxo gastro-faríngeo estão comumente associados).
    · Permanência em UTI-Neonatal por mais de 48 horas.
    · Experiências auditivas insuficientes durante a 1ª infância.


  • A CRIANÇA PODE APRESENTAR DPAC SE DEMONSTRAR ALGUMAS DESTAS MANIFESTAÇÕES:
    - Apresenta dificuldade em manter atenção aos sons; crianças desatentas (atenção reduzida);


  • - Dificuldade na aprendizagem da leitura e escrita;


  • - Dificuldade em compreender o que lê; não relacionam a informação auditiva com a visual;


  • - Necessidade de ser chamado várias vezes ("parece" não escutar);


  • - Solicita com freqüência a repetição das informações: Ah? O quê?


  • - Dificuldade em entender expressões com duplo sentido ou piadas ou idéias abstratas;


  • - Dificuldade ao dar um recado ou contar uma história;


  • - Problemas de memória para nomes, datas, números e etc.


  • - Dificuldade em acompanhar uma conversa, aula ou palestra com outras pessoas falando ao mesmo tempo.- Problemas de fala (troca /L/R/S/E/CH/)


  • - Dificuldade em localizar a origem dos sons.


  • - Dificuldades escolares (matemática e português);


  • - Dificuldades para aprender a ler e a escrever;


  • - Escrevem em "espelho" ou trocam as letras;


  • - Letra "feia";


  • - Problemas de memória, geralmente memória em seqüência;


  • - Muito agitadas ou muito quietas;


  • - Dificuldades de relacionamento com crianças da mesma faixa etária.


  • COMO PAIS E PROFESSORES PODEM AJUDAR?

Antes de começar a falar, chame, olhe ou toque a criança e garanta que ela está olhando para você;
Fale mais alto, sem gritar, olhando para a criança de frente;
Fale pausado, mais articulado;
Repita a ordem várias vezes garantam que a criança entendeu aquilo que foi solicitado pedindo a ela para repetir;
Use frases mais curtas;
Adicione palavras diferentes à fala da criança, para que ela possa ampliar o vocabulário;
No início, diminua os barulhos da casa (desligar o rádio ou a TV). Local de estudos sem distrações auditivas e visuais. Em sala de aula (pedir silêncio, fechar as janelas quando possível), enquanto se fala com a criança;
Melhorar a acústica da sala de aula em nível de ruído aumentando a clareza da fala. A posição da criança em sala de aula: evitar sala com divisórias não acústicas (tipo eucatex); sentar a criança longe do corredor ; do ruído da rua; e não mais do que 3 metros do professor.
Fazer intervalos mais freqüentes e ajuda individual
Entrada visual simultânea a mensagem auditiva podem ajudar na memorização;
Lista do vocabulário chave: escrever na lousa palavras-chave do novo material e as instruções (a criança com PAC necessita de anotações organizadas e lembretes);
Preparar a criança anteriormente com novos conceitos e vocabulários que serão utilizados em sala de aula. Vocabulário e mensagem controlados em termos de complexidade e extensão
Monitorar a compreensão e o progresso da criança. Avaliação da compreensão: perguntas relativas a matéria devem ser feitas periodicamente, avaliando sua compreensão.


ORIENTAÇÕES GERAIS:


Criar situações de comunicação com seu filho de pelo menos 30 minutos diários;
Contar histórias, cantar músicas, perguntar sobre as atividades do dia.
Na presença da disfunção do processamento auditivo central, incluir na conversação diária um treino de compreensão de linguagem no silêncio e no ruído, com a leitura de histórias com duração de 15 minutos.

Esteja atento, observe sua criança!




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